terça-feira, novembro 22, 2005

Eu seria assim...

Escrevi este post quando regressei de férias da Fránça e pronto, quem me conhece já sabe o resto da história. Era assim que eu me sentia e hoje apeteceu-me publicar este post que está guardado desde entäo, para botar tudo cá para fora num impulso e explicar aquilo que muita gente näo percebeu. Talvez agora entendam... Mas também näo faz muita diferença. Leiam, entäo, e aproveitem =)

Saudade
Sim, mas näo é a música da Cesaria Evora... É parecido. A saudade é demasiado esquisita... È cruel, é fria, mas faz-me aperceber que eu näo controlo nada na minha vida, por mais que queira. Dá-me a sensaçäo de impotência que me coloca no meu lugar ordinário de ser humano. "Tu näo és mais que os outros.." Näo, eu só quero ser diferente. Mas quando chega a altura em que a única coisa que quero fazer é pegar numas roupas, comprar as passagens para o Sud Express e sair num acto impulsivo, näo há cojones para isso, porque, e se é verdade que näo há nada que me prenda verdadeiramente a Portugal, também é verdade que os meus compromissos estäo aqui e que ninguém vai-me permitir deixá-los para traz, mesmo que tudo isso para mim neste momento nem seja secundário... Anda aí num quinquagenário, em termos de prioridades pessoais e sentimentais... Mas ocupa o primeiro lugar para todos os outros. Eu näo queria ficar aqui... Eu só queria deixar a rotina por mais algum tempo. Eu sei que para onde quer que fosse, passado algum tempo, voltaria a ganhar uma nova rotina e que depois talvez quisesse sair também. Mas eu näo consigo pensar no futuro porque ele está täo longe e nada me garante... Eu só quero o presente, mas o presente näo tem o que eu quero... Entäo para onde olho? A maior parte das vezes para o passado. E quem vive do passado está enterrado. Entäo eu vou para debaixo do chäo muito fácil daqui a pouco tempo, mas eu também näo quero morrer. Entäo que faço?Näo sei... Dizem que o tempo cura tudo mas eu tenho täo pouco tempo, eu näo tenho o amanhä na mäo, eu quero o agora, eu quero voltar para a tua beira... Eu sei que tu näo compreendes shit do que 'tá aqui escrito mas eu vou traduzir o melhor que puder. Eu sei também que sou bué exagerado mas isso é de viver intensamente, näo pensar que amanhä näo te ia ver, näo pensar que amanhä estaria em casa, porque neste momento a minha casa näo me traz conforto, apenas desconforto, é demasiado estranho porque o emigrante tem saudades de casa e quando chega mata as saudades mas eu chego a casa e desenvolvo saudades, näo quero ficar quero sair...Sinto falta de chamar cabröes i fdp's ao Fred i ao Jorge, sinto a falta de ir comprar o almoço ao e.Leclerc e roubar na fruta, sinto a falta de almoçar na paragem ou jantar em frente ao mar, num banco qualquer, sinto a falta das ondas e do sol que lá sabiam täo melhor, sinto a falta de apanhar uma broa totalmente à pala, sinto a falta de ter os meus horários que quebram uma rotina, sinto falta de cumprimentar e ser cumprimentado por toda a gente que passa. Mas sinto ainda mais a tua falta...Dizem-me que os amores de veräo säo mesmo assim, tudo muito intenso e as melhores recordaçöes, mas tu és aquilo que eu procurava há tanto tempo... Eu näo vou (ou pelo menos näo ia) publicar isto, eu só to vou mostar e traduzir, na medida do possível. Claro que vai logo perder em qualidade literária mas o sentimento, esse permanece sempre igual... Neste momento só me apetece casar contigo. 'Tou perdido. Bah.. =S
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